Mulungo
“A memória torna-nos humanos. Sem ela, as pessoas transformam-se numa massa sem forma que pode ser transformada em qualquer coisa.” (Geller e Nekrich 1986, 3)
No rescaldo da colonização portuguesa de Moçambique, as memórias individuais começam a desvanecer-se. Muito tem sido escrito e produzido sobre as perspectivas históricas e políticas desse período, mas para além destas narrativas macro orientadas para o Estado, as experiências pessoais únicas que dão profundidade humana e detalhe ao contexto correm o risco de se perderem para sempre. Numa altura em que as novas gerações tentam encontrar uma conclusão e modos elucidativos de seguir em frente, é necessário desenvolver mecanismos que possam ajudar a promover o diálogo e lançar nova luz sobre percepções estagnadas, tanto em Moçambique como em Portugal.
Foi isto que me propus fazer.